Imagem da Ciranda

MONOLOGO DA JANELA

Guardião Beth Iacomini em 28/04/2024

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Ah, janelas!
Janelas da alma, janelas físicas de todos os tons, tamanhos, materiais... sempre exercendo em mim um fascínio impressionante!
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... E durante a noite, quando os ouvidos moucos de poesia dormiam na paz de Deus, e não percebiam os sussurros vindos de tantos lugares, eu me transportava para um outro mundo, mágico, perturbador, transcendental... E ouvia vozes que me convidavam a versejar. Talvez aquele mundo que só exista na imaginação dos loucos poetas, dos aventureiros que se atrevem a construir seus próprios sonhos... nada me deixa mais feliz do que dar vida e poesia aos objetos ditos inanimados. Auscultava atenta. Desejava conhecer todos os monólogos que aconteciam nas janelas. Uns felizes, outros nem tanto... Uns orgulhosos, outros nem tanto, mas juro, as janelas são vivas e dizem coisas.
Alguns registros que ouso divulgar:
- a janela colonial, vestida de verniz sempre contava sua origem, um carvalho da floresta, a lembrar com saudade do canto dos pássaros que se aninhavam em seus galhos.
- As mais altas, revestidas de vidro lamentavam a solidão, o frio que sentiam em noites invernais. A princípio ficaram felizes, morariam perto das estrelas, iriam brilhar nos arranha-céus da Avenida. Que decepção!
- E tinha aquela amarelinha que sonhava com a moça morena debruçando seus seios fartos no seu peitoril. Molhava os poros minúsculos de suor e deixava um olor de lavanda. Saudosa, mas feliz!
- A janelinha branca de cal, feita em ripas fechava-se com a taramela, um pedaço de pau encontrado no fundo do quintal.Chorava desolada, queria ser admirada e linda como suas companheiras de rua. Mal sabia que o grande amor aconchegante guardiado por si tinha um valor imenso, que até então desconhecia.
- A mais vaidosa era a que recebia a brisa leve das manhãs vinda do vento a balançar suas cortinas rendadas, a dançar sobre as venezianas, residência da Doutora Elisa. Como se achava! Nas procissões religiosas sua roupagem de linho português bordada a muitas mãos atraía olhares maravilhados.
Interrompo a narrativa para deixar espaço para os lindos poetrix, certamente saberão contar com maestria tantos monólogos de janela quanto caibam em sua inspiração.
Uma ótima Ciranda a vocês, amados poetrixtas! Beijo de luz!

C003 - JANELAS ABERTAS
@Soroka

Cores chamam o olhar
Sinfonia acaricia a escuta
O mundo me busca

C004 - SOU FELIZ
@Danda

Cachorrinho à janela
Sono debaixo de um verso
travesseiro sonhador

C005 - ATRAVÉS DA JANELA
@Soroka

Olhar abeira lonjuras
Desejo ganha asas
Sonho de Ícaro

C006 - DE DENTRO PARA FORA
@Rita Queiroz

Janelas abertas da alma
Confissões de outrora
Assobia o vento

C007 - CACOS DE MIM…
@Luciene Avanzini

diálogos solitários in versos
realidade veste ilusões
vitrais contam segredos

C008 - SEGREDOS MILENARES
@Beth Iacomini

pesos de consciência pretéritos
energias estagnadas no sótão
sem ar, janela de coração sucumbe

C009 - AMOR A SETE CHAVES
@Beth Iacomini

bolor do tempo fez o estrago
janelas da alma explodiram-se
cena maluca no delírio da noite

C011 - CONTOS DE DONA BARATINHA
@Rogério Marques

Final de tarde debruçada na janela
Dinheiro na caixinha
Sonho de casamento

C013 - ENTRE JANELAS
@Rita Queiroz

Infinitos bailam pelas frestas
Correm os dias céleres
Emudecemos a alma

C016 - POETA DELIRA
@Beth Iacomini

nem sente a manhã chegar
veste-se de aurora
peca no refúgio das persianas.

C019 - JANELA DESVELA A ESPERANÇA
@Margarida Montejano

Trancas fechadas
Frestas escancaram o dia
Flashes de luz

C020 - SILÊNCIO DO HORIZONTE
@contosvida

Vidros separam vidas
Horizontes além do vidro
Monólogo silencioso da janela

C021 - CONFIDÊNCIAS DO CREPÚSCULO
@contosvida

Luzes do entardecer na moldura
Suspiros do sol antes de partir
Falo sozinho...íntimo da janela

C022 - OBSERVAÇÕES NOTURNAS
@contosvida

Estrelas piscam na escuridão lá fora
Segredos sussurrados ao luar
Voz misteriosa da janela

C024 - SERENATA DE AMOR
@carladefaria

rompida noite silente
violão entorpecendo sacada
agora moro no bombom canção

C025 - COM ALECRIM E ARRUDA
@Margarida Montejano

Fechei as janelas do corpo
Abri os olhos da alma
Quebranto quebrado

C028 - NOTURNO DE VERSOS
@Beth Iacomini

há um quê de nostalgia
nuvens em catarse
respingos de lágrimas na vidraça

C029 - PELAS FRESTAS…
@Nanda Chinaglia

danço com a noite
sonhos me despem
desperto janela aberta

C030 - MEIA NOITE
@Beth Iacomini

sustenidos e bemois boemizam
treliças da janela gemem
cama arde de saudade

C031 - TEMPO DO ROMANTISMO
@Beth Iacomini

serestas debaixo da janela
amor declarado em flores
vida pedalava versos

C032 - SEM LIMITES
@Marcelo Marques

Janelas abertas para o horizonte
Visões vão além do infinito...
Versos me levam

C033 - ALÉM DA JANELA
@Maria Correia

Olhos tragados pelo tempo
Exalo meu cansado suspiro
Perco o caminho de volta

C035 - JANELA PARA AMANHÃ
@Soroka

Desejos desenham trilhas
Sonhos criam realidade
Vida na palma da mão

C036 - SERENATA
@Marilia Tavernard

Debaixo da janela, voz e violão
Cantigas de amor
Madrugada de conquista

C039 - MEIGA JANELINHA
@Marilia Tavernard

Balança pra lá e pra cá
Amarra um fio e puxa
Sorriso banguelinha

C040 - JANELAS DA ALMA
@Marilia Tavernard

Olhos nos olhos
Transparência e luz
Reflexos do meu eu em ti

C041 - "LA SOLITUDE DI ME"
@Cleusa Piovesan

Lamúrias às estrelas
lua testemunha meus ais
meus botões só me olham

C042 - CONFIDENTES
@Cleusa Piovesan

Janelas ouvem meus cotovelos
cega de amor te espero
Cupido faz ouvidos moucos

C043 - SEM A LUZ DA LIBERDADE
@Cleusa Piovesan

Apenas réstia na janelinha
purgatório em vida
todo dia um sol

C044A - JÁ NELA VIVE
@carmem_galbes

Janela é verbo
Janelo-me
Agora sou portal

C045 - POR TRÁS DE PORTAS E JANELAS
@Maria Correia

Vida pulsa além dos vidros
Inclusão social sob viadutos
Beijos são roubados no sofá

C046 - JANELA DE DENTRO
@Maria Correia

Ninho onde se encontra a dor
Contas vencidas se acomodam
Teu perfume ficou no leito

C047 - NAMORADEIRA À JANELA
@Soroka

Aguarda amor improvável
Percebe o tempo ao avesso
Conversa com o bem-te-vi

C048 - JANELA SOLITÁRIA
@Nanda Chinaglia

cortinas silenciam vazios
o tempo a cerrar memórias
crepúsculo emoldurado

C050 - DA JANELA
@claudiotrindade

caos geral
olho a banda passar
paz interior

C051 - DE LÍRIOS
@claudiotrindade

peitoral floresce branco
prazer em perfume
poesia em refúgio

C052 - INSPIRAÇÃO
@claudiotrindade

te procuro em pensamentos
teus olhos nos meus
amor trincado de prazer

C053 - GUARDIÃO DO PASSADO
@Andréa Abdala

Remoeu angústias e aflições
Trancou as chaves do quarto
Ignorou o olhar da janela

C054 - VERSANDO
@claudiotrindade

fios de papel
janelas da mente
prazer em poetar

C055 - DA JANELA UM SONHO
@Andréa Abdala

Rastros de crianças felizes
Marquises de algodão doce
Balas derramando sorrisos

C056 - JANELAS PARA ONTEM
@Soroka

Marcas cravadas na memória
Lembrar traz de volta o tempo
Alimento para a alma

C058 - OPORTUNIDADES
@Cleusa Piovesan

Portas se fecham
janelas se abrem
indecisão mata sonhos

C060 - JANELA PARAMAR
@carladefaria

tramela aberta, gaivotas
barco a vela peito a dentro
vento vai, leve love

C061 - VEM, ENTRE
@Magitrix

Nove meses de prazer
Porta da vida exibe mundo
Não dá para voltar

C063 - MAL DA DÉCADA
@Magitrix

Sinal verde para carros
Passos guiados pelo celular
Trilha aberta para trevas

C065 - ANDO SÓ
@claudiotrindade

converso com botões
paredes aquecem
janela abraça

C066 - ENTRE VIDRAÇAS E SONHOS
@Maria Correia

Partejo olhos vagabundos
Janelas me ensinam a ver
Fim de noites brancas

C069 - ALÉM DA JANELA
@Michael Douglas

Raios de realidade
Manhã tem cheiro de café
Bebo a vida sem pressa

C070 - JANELA DO CAMPO
@Michael Douglas

Olhos abertos, nada vejo
Tudo sinto sem pressa
Pássaros cantam meus sonhos

C071 - JANELA PRA VIDA
@Marilia Tavernard

No parapeito flores alegres
Vida corrida vida
Jogo os braços não te alcanço

C073 - JANELA DA ALMA
@Lorenzo

Amago do ser puro
Racionalidade da emoção absoluta
Limite do meu ser em mim mesmo

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